O Capítulo cinco (5) do livro “O
Capital”, K. Marx, trata do processo de trabalho e processo de valorização. O
que escreverei nesta postagem é o meu entendimento sobre a aula que inicia este
capítulo, de modo que pretendo escrever mais sobre o assunto. Antes de mais
nada, julgo necessário explicar sobre os três tipos de processos existentes
numa sociedade capitalista.
Tem-se o processo de trabalho,
cujo produto é o valor de uso. Portanto, trata-se nada menos do que a
reprodução da espécie, seu produto não pode ser considerado mercadoria pois
trata-se de dispêndio de energia humana para produzir. Outro ponto importante a
ser colocado é sobre o processo de produzir valor, cujo produto é a mercadoria
simples. Sua formação pode ser explicada por duas vertentes:
·
Trabalho presente (recursos para produzir);
·
Trabalho passado (equipamentos e instalações).
E para finalizar esta introdução
vale mencionar o processo de produção da mais-valia, cujo produto é a
mercadoria capitalista, que pode ser explicado através da força de trabalho e
também do resíduo deste valor, que pode ser chamado de “mais-valia”. Levando-se
em conta os tópicos abordados acima, qual o processo de decisão para produzir?
O processo decisório é simples, será produzido se for algo que possa ser feito
e, afinal, seja útil!
E qual o fator decisivo sobre a
produção da mercadoria simples? O produto, além de ser útil a outra pessoa, tem
de ser vendido pelo seu valor, do contrário não será vendido. Porém, o terceiro
item é o que diferencia o sistema capitalista de produção. Qual o objetivo da
mercadoria capitalista? O lucro, ou seja, a mais-valia! Tem de possuir os
recursos para produzir, tem de ser útil a outra pessoa, tem de ser vendido pelo
seu valor e, o mais importante, tem de trazer lucro, do contrário não será vendido.
Existe um aumento das exigências, o condicionamento se estreita, sendo o lucro
o fator mais importante de decisão.
Já terminada esta etapa de
explicação de processos de produção, creio que seja interessante explicitar o
conceito de mais-valia. Ora, este, a mais-valia, é a parte do valor agregado
que não fica com o trabalhador. O valor agregado está diretamente ligado com a
duração do trabalho, portanto, com a jornada de trabalho. Tendo o conceito
explicitado, é possível dividi-la em duas partes:
·
Mais-Valia Absoluta, discutido no capítulo cinco
(5) de “O Capital”;
·
Mais-Valia Relativa, discutido no capítulo dez
(10) do mesmo livro.
A mais-valia absoluta nada mais é
do que o método de produção da própria mais-valia, ou até mesmo, modo de
exploração. E existem três (3) pontos fundamentais para identificar esse método
de produção:
·
O aumento da jornada de trabalho;
·
O aumento da intensidade do trabalho;
·
Diminuição da cesta (salário) do trabalhador.
Retomando o conceito de que a
mais-valia é parte do valor agregado que não fica com o trabalhador, se a
jornada de trabalho aumentar, e o salário do operário não, a mais-valia irá
aumentar. Como por exemplo, se uma pessoa x trabalha dez horas (10h) por dia,
ganhando quatro (4) unidades monetárias diárias, a mais-valia é a diferença
entre os dois valores, no caso, igual a seis (6). Porém, se o tempo de trabalho
for aumentado para doze horas (12h), mantendo o “salário” constante, temos que
a mais-valia também aumenta, no caso, para oito (8). Tudo isso tendo muito
cuidado ao analisar a jornada de trabalho do trabalhador, uma vez que pode
aparecer disfarçado como segundo emprego, bico ...
O aumento da intensidade do
trabalho pode ser explicado por um exemplo simples. Supondo que um trabalhador
demore uma hora (1h) para produzir uma (1) cadeira. Podemos deduzir que em doze
horas (12h), esse mesmo trabalhador produz doze (12) cadeiras. O aumento da
intensidade do trabalho no aumento de cadeiras produzidas, mantendo o tempo de
produção constante, faz com que se aumente os esforços desse mesmo trabalhador, fazendo-o produzir, por exemplo, quinze (15) cadeiras em doze horas (12h). Esse conceito pode facilmente ser confundido com a produtividade, o que é totalmente errôneo, pois enquanto a intensificação do trabalho força uma maior produção, a produtividade é o modo diferente de realizar a mesma tarefa, produzindo mais. O ponto de confusão está no fato que em ambos os casos existe um aumento físico na quantidade produzida. Mas o esforço para produzir com o aumento da intensidade de trabalho é maior do que o esforço para produzir com o aumento da produtividade. A tecnologia é um bom exemplo de aumento da produtividade. Uma pergunta pertinente que pode ser feita em qualquer empresa é:
Quando aumenta a produção/hora, o que acelerou esse processo?
A diminuição da cesta (salário) do trabalhador pode ser explicada de forma similar ao aumento da jornada de trabalho. Porém, neste caso temos que o tempo de trabalho do trabalhador se mantém constante, enquanto o salário do trabalhador cai, gerando um acréscimo na mais-valia. Se recorrermos ao exemplo inicial de dez horas (10h) de trabalho por dia, a um salário de quatro (4) unidades monetárias diárias e mais-valia sendo igual a seis (6). Se por acaso o salário diminuir por duas (2) unidades monetárias por dia, trabalhando dez horas (10h), tem-se uma mais-valia igual a oito (8).
Afinal, qual o objetivo do capitalismo? Ora, o lucro. O método descrito acima mostra uma forma de capitalismo que aumenta a produção da mais-valia e do lucro, vamos chamar de "Capitalismo Selvagem". Temos também um outo método para se aplicar o capitalismo, que no caso é o oposto desse método descrito, seria o "Capitalismo Civilizado". Enquanto no primeiro existe uma predominância da mais-valia absoluta, no segundo a mais-valia é relativa pois não há necessidade de aumentar a mais-valia (até certo ponto) para se aumentar o lucro. Em geral, a mais-valia relativa é exemplificada por países como Austrália, Canadá.
Quando aumenta a produção/hora, o que acelerou esse processo?
A diminuição da cesta (salário) do trabalhador pode ser explicada de forma similar ao aumento da jornada de trabalho. Porém, neste caso temos que o tempo de trabalho do trabalhador se mantém constante, enquanto o salário do trabalhador cai, gerando um acréscimo na mais-valia. Se recorrermos ao exemplo inicial de dez horas (10h) de trabalho por dia, a um salário de quatro (4) unidades monetárias diárias e mais-valia sendo igual a seis (6). Se por acaso o salário diminuir por duas (2) unidades monetárias por dia, trabalhando dez horas (10h), tem-se uma mais-valia igual a oito (8).
Afinal, qual o objetivo do capitalismo? Ora, o lucro. O método descrito acima mostra uma forma de capitalismo que aumenta a produção da mais-valia e do lucro, vamos chamar de "Capitalismo Selvagem". Temos também um outo método para se aplicar o capitalismo, que no caso é o oposto desse método descrito, seria o "Capitalismo Civilizado". Enquanto no primeiro existe uma predominância da mais-valia absoluta, no segundo a mais-valia é relativa pois não há necessidade de aumentar a mais-valia (até certo ponto) para se aumentar o lucro. Em geral, a mais-valia relativa é exemplificada por países como Austrália, Canadá.